COORDENAÇÃO DE GIL MONTALVERNE
ALICE DO OUTRO LADO DO ESPELHO
Lewis Carrol
Publicações Europa-América
Após o sucesso de Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll sentiu necessidade de continuar as aventuras de Alice. Mas resolveu ir mais longe na magia da história e fugindo de novo às histórias moralistas e às fábulas que eram lidas pelas crianças do seu tempo conseguiu incluir no novo romance algo que muito o entusiasmava e a que dedicava parte do seu tempo. Como Charles Dodgson, seu verdadeiro nome, o matemático eminente era também um grande entusiasta de Xadrez que aliás jogava com as irmãs mais velhas da verdadeira Alice, filhas do seu colega em Oxford e seu grande amigo. E é por isso que este segundo livro “Alice do Outro Lado do Espelho”, igualmente editado na colecção Clássicos de Publicações Europa-América, tal como o primeiro referido mo MEU AMOR PELOS LIVROS , está de certo modo construído como se fosse um jogo de Xadrez. É que Alice, interrogando-se sobre o que se passará do outro lado do espelho da sua sala onde brincava com a gatinha, descobre que tem o poder de o atravessar. E quando a certa altura se encontra no fantástico Jardim das Flores, encontra a figura de uma estranha rainha que a vai entusiasmar a ultrapassar os mais variados obstáculos estruturados como um gigantesco jogo de Xadrez. Surgem assim de novo os personagens de um mundo fantástico tal como já tinha acontecido no livro anterior. E é na descrição criteriosa e nos conceitos expressos com o seu enorme talento que se fundamente o facto de este livro, como já tem sido dito e escrito, ser não unicamente um livro para crianças como um livro que nos faz a todos voltar a ser crianças.
Para ler um excerto deste livro clique aqui
HISTÓRIAS DO FIM DA RUA
Mário Zambujal
Planeta
Mário Zambujal afirmou-se como autor com a Crónica dos Bons Malandros e de então para cá tem aparecido com novelas onde ao mesmo tempo nos descreve episódios bem possíveis de acontecer na vida quotidiana mas onde se nota igualmente a sua veia humorista. Digamos que critica e nos distrai com certo prazer nas suas observações argutas e reveladoras de um sentido prático da vida que nos passa ao lado, sem que muitas vezes tenhamos a verdadeira consciência de que tal acontece mesmo. É essa veracidade possível das suas novelas, escrita num estilo correcto e simples que mais nos agrada. Estas “Histórias do Fim da Rua” com prefácio de Alice Vieira, descrevem-nos uma rua que podia muito bem existir – se é que não existe mesmo – com personagens quase reais que se defrontam com problemas comuns ao verem desaparecer algo que, apesar de não parecerem que o sentem, gostavam que ali permanecesse. A sensibilidade e o humor de Mário Zambujal continuam a ser as duas facetas que mais lhe admiramos. Cremos mesmo que fazem parte integrante da sua personalidade. Uma obra que se lê com agrado.
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